
[#1] CICLO CARDÍACO: FASES DO CICLO CARDÍACO
Este post é a transcrição da videoaula publicada em nosso canal do YouTube "[#1] CICLO CARDÍACO: FASES DO CICLO CARDÍACO".
TRANSCRIÇÕESSISTEMA CARDIOVASCULAR
Mirian Kurauti
8/19/20246 min read
E aí pessoal, tudo bem com vocês?
Eu sou Mirian Kurauti aqui do canal MK Fisiologia e nesse vídeo a gente vai falar sobre o ciclo cardíaco.
Bom então sem enrolação, indo direto ao assunto, o ciclo cardíaco corresponde a todos os eventos elétricos e mecânicos que acontecem no coração durante um batimento cardíaco.
Em um vídeo anterior, a gente viu todos os eventos elétricos que acontecem durante um batimento cardíaco, ou seja, geração do potencial de ação no nó sinoatrial (NSA), condução do potencial de ação pelas fibras atriais, condução do potencial de ação pelo nó atrioventricular (NAV), feixe de His, ramos direito e esquerdo e fibras de Purkinje e, finalmente, condução do potencial de ação pelas fibras ventriculares.
Esses eventos elétricos podem ser observados no eletrocardiograma, onde a onda P representa a despolarização dos átrios ou despolarização atrial; o complexo QRS representa a despolarização dos ventrículos ou despolarização ventricular, e a onda T, a repolarização ventricular.
-Ué mas, e a repolarização atrial?
A repolarização atrial não é observada porque ela acontece durante a despolarização ventricular, ou seja, durante o complexo QRS. Esse complexo formado pelas ondas Q, R e S, acaba ofuscando a onda da repolarização atrial.
E como você deve se lembrar, ou pelo menos deveria de lembrar, durante a despolarização as fibras cardíacas contraem, e durante a repolarização as fibras cardíacas relaxam.
O período em que as fibras cardíacas estão se contraindo é chamado de sístole. E o período em que as fibras estão relaxando é chamado de diástole.
Então, pra não esquecer: sístole, diástole, sístole, diástole... sístole, contração; diástole relaxamento do músculo cardíaco.
Até aqui a gente pode dizer então que são os eventos elétricos que determinam os períodos de contração e relaxamento do músculo atrial e ventricular, ou seja, que determinam a sístole e a diástole atrial e ventricular.
Nesses períodos de contração e relaxamento, acontecem vários eventos mecânicos do ciclo cardíaco. Então, bora descrever de forma simplificada esses eventos mecânicos do ciclo cardíaco.
Quando um potencial de ação é gerado no nó sinoatrial (NSA), ele se propaga primeiro pelas fibras atriais causando a contração atrial ou sístole atrial.
A contração dos átrios, bombeia o sangue dos átrios pros ventrículos que terminam o seu enchimento.
Nesse momento, a pressão dentro dos ventrículos aumenta, e as valvas atrioventriculares, ou seja, as valvas que separam os átrios dos ventrículos, se fecham.
Enquanto as fibras atriais se repolarizam, causando o relaxamento dos átrios ou diástole atrial, o potencial de ação conduzido pelo nó atrioventricular (NAV), feixe de his, ramos direito e esquerdo e fibras de purkinje, finalmente se propaga pelas fibras ventriculares, e ocorre a contração dos ventrículos ou sístole ventricular.
Nesse momento todas as valvas cardíacas incluindo as valvas semilunares, que separam os ventrículos das artérias, tão fechadas, e a contração que ocorre nesse momento é uma contração isovolumétrica, isto é, uma contração sem que ocorra a ejeção do sangue, sem que ocorra alteração do volume de sangue dentro dos ventrículos, por isso isovolumétrica.
Mas conforme a contração ventricular continua, a pressão dentro dos ventrículos aumenta muito, gerando força pra abrir as valvas semilunares, que separam os ventrículos da artéria pulmonar no caso do ventrículo direito, e da artéria aorta, no caso do ventrículo esquerdo. Com a abertura dessas valvas o sangue é ejetado dos ventrículos pras artérias.
Quando as fibras ventriculares começam a se repolarizar, o ventrículo começa a relaxar, ou seja, começa a diástole ventricular, a pressão dentro dos ventrículos vai diminuindo. Quando essa pressão for menor do que a pressão nas artérias, as valvas semilunares se fecham.
Com todas as valvas fechadas o ventrículo continua relaxando, sem alterar o volume de sangue no seu interior, ou seja, o sangue nem sai e nem entra. Por isso a gente fala que acontece um relaxamento isovolumétrico.
Enquanto isso, o sangue vindo das veias cavas e pulmonares que vai chegando nos átrios, força a abertura das valvas atrioventriculares que uma vez abertas, permite o enchimento passivo dos ventrículos, até que mais um potencial de ação é gerado no nó sinoatrial, provocando mais uma sístole atrial, e um novo ciclo se repete.
Assim, dá pra gente dividir o ciclo cardíaco em quatro fases, sendo que o início e término de cada uma dessas fases é marcado pela abertura ou fechamento das valvas cardíacas.
Quando as valvas atrioventriculares são abertas, e o sangue pode fluir dos átrios pros ventrículos, começa a fase do enchimento ventricular.
E quando essas valvas se fecham, a fase do enchimento termina dando início a fase da contração isovolumétrica.
Mas quando as valvas semilunares são abertas, a fase da contração isovolumétrica termina, e o sangue é ejetado nas artérias, dando início a fase da ejeção ventricular.
E quando essas valvas se fecham, a fase da ejeção termina dando início a fase do relaxamento isovolumétrico, uma fase que termina assim que as valvas atrioventriculares são abertas e uma nova fase de enchimento ventricular é iniciada.
Embora alguns livros trazem apenas essas quatro fases do ciclo cardíaco, alguns livros podem trazer mais fases, isso porque as fases de enchimento e ejeção ventricular podem ser subdivididas em duas fases: enchimento rápido e lento, e ejeção rápida e lenta.
Como o próprio nome diz, a fase de enchimento rápido é uma fase onde o enchimento dos ventrículos é mais rápido, e isso acontece logo quando as valvas atrioventriculares são abertas, pois todo o sangue acumulado nos átrios vai de uma vez pros ventrículos.
Depois disso, o enchimento se torna mais lento, pois o sangue vindo das veias cavas e pulmonares, fluem diretamente dos átrios pros ventrículos, e a velocidade do enchimento depende da velocidade que o sangue chega nos átrios.
Já a fase de ejeção rápida, acontece assim que as valvas semilunares se abrem pois, como o ventrículo tá se contraindo, o sangue é ejetado rapidamente nas artérias. Mas quando o ventrículo inicia o relaxamento, a ejeção se torna mais lenta até que as valvas semilunares se fecham.
Todas essas fases do ciclo cardíaco, podem ser observadas no diagrama de Wiggers.
Calma, não surta, esse diagrama parece complexo, mas não é tão complicado quanto parece. No próximo vídeo, a gente explica esse diagrama. Então já se inscreve no canal e ative as notificações pra não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.
Bom, resumindo tudo que a gente viu nesse vídeo, lembre-se que:
O ciclo cardíaco compreende em todos os eventos elétricos e mecânicos que acontecem durante um batimento cardíaco.
Os eventos elétricos observados no eletrocardiograma geram os eventos mecânicos do coração, que acontecem nas fases de enchimento ventricular, contração isovolumétrica, ejeção ventricular e relaxamento isovolumétrico.
O início e o término dessas fases do ciclo cardíaco são marcados pela abertura ou fechamento das valvas cardíacas.
E aí, gostou do vídeo? Se gostou não esquece de curtir, comentar e compartilhar com seus amigos que isso ajuda bastante na divulgação do canal.
E se você ainda ficou com alguma dúvida, pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo, abraço!


Sobre a autora
Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. Atualmente, é professora de fisiologia humana na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a mente criativa por trás do MK Fisiologia.
Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando fisiologia. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana.



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