Sistema nervoso central e periférico, sistema sensorial e motor, sistema somático e visceral... minha nossa, é muita divisão do sistema nervoso! Calma, não se desespere porque nesse vídeo a gente vai tentar descomplicar as principais divisões desse sistema.

E aí pessoal, tudo bem com vocês?

Pra quem tá chegando agora eu sou Mirian Kurauti, professora, mestre, doutora e criadora do canal MK Fisiologia, um canal que tem como principal objetivo descomplicar a fisiologia humana. Então, se você tá precisando entender de verdade a fisiologia, já se inscreve no canal e ative as notificações pra você não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.

Mas agora sem mais delongas, bora falar sobre as principais divisões do sistema nervoso?

Bom, então pra começar a falar sobre essas divisões, lembre-se que cada divisão leva em consideração diferentes critérios, como por exemplo, critérios anatômicos, embriológicos e funcionais.

A divisão do sistema nervoso mais conhecida é a divisão que leva em consideração os critérios anatômicos. E nessa divisão anatômica, o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central, SNC, e sistema nervoso periférico, SNP.

O sistema nervoso central, não se esqueça, é formado por estruturas que se localizam no interior do esqueleto axial, no interior das estruturas ósseas que formam o eixo do nosso corpo, ou seja, no interior do crânio e no interior da coluna vertebral, isto é, na cavidade craniana e no canal vertebral.

Então não se esqueça que dentro do crânio a gente tem o encéfalo e no interior da coluna vertebral, ou seja, no canal vertebral, a gente tem a medula espinal.

E lembre-se que no encéfalo a gente tem três estruturas: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico, que por sua vez pode é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo.

Já o sistema nervoso periférico, é formado pelas estruturas do sistema nervoso que se encontram fora do esqueleto axial, fora do crânio e do canal vertebral, e isso inclui a maioria dos nervos e dos gânglios.

Nervos, não se esqueçam, são como se fossem cordões que unem o sistema nervoso central aos demais órgãos do corpo, como por exemplo, a pele e os músculos esqueléticos. Se essa união dos órgãos ao sistema nervoso acontece no encéfalo, os nervos são chamados de nervos cranianos, mas se a união acontece na medula espinal, os nervos são chamados de nervos espinais.

Nervos, pra quem não lembra, nada mais são do que um monte de fibras nervosas, ou melhor, um monte de axônios que podem conduzir informações na forma de potenciais de ação dos órgãos pro sistema nervoso central ou do sistema nervo central pros demais órgãos.

Já os gânglios, não se esqueçam, são dilatações dos nervos, onde se encontram agrupamentos de corpos celulares dos neurônios que estão fora do sistema nervoso central, e o melhor exemplo de gânglios são os gânglios da raiz dorsal, onde se encontram corpos celulares de neurônios sensoriais que levam informações dos órgãos pro sistema nervoso central.

Repare que esse é um exemplo de gânglios, isso significa que tem outros gânglios no sistema nervoso periférico, beleza?

Embora a maioria dos nervos e gânglios façam parte do sistema nervoso periférico pois, se encontram fora da cavidade craniana e do canal vertebral, alguns gânglios e nervos podem ser considerados partes do sistema nervoso central por alguns autores, como por exemplo o nervo óptico, pois se localiza no interior do crânio. Lembre-se disso.

Bom, além dessa divisão anatômica do sistema nervoso em sistema nervoso central e periférico, o sistema nervoso central, em particular o encéfalo, tem uma divisão embriológica, isto é, uma divisão que considera o nome da estrutura embriológica da qual se origina cada estrutura do encéfalo.

Por exemplo, durante o desenvolvimento do sistema nervoso central, que começa a partir do surgimento do tubo neural, surgem três vesículas encefálicas o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo.

O prosencéfalo dá origem à outras estruturas embriológicas, o telencéfalo e o diencéfalo, que juntos dão origem ao cérebro. O mesencéfalo dá origem, adivinha, ao mesencéfalo do tronco encefálico, e o rombencéfalo dá origem primeiro ao metencéfalo e ao mielencéfalo, sendo que do metencéfalo surgem o cerebelo e a ponte, o do mielencéfalo surge o bulbo.

Então, perceba que existe uma relação entre a divisão embriológica e a divisão anatômica do sistema nervoso central.

Mas além dessas duas divisões, temos uma divisão que é muito importante pra gente entender a fisiologia do sistema nervoso, a divisão funcional.

Essa é a divisão que pode ser mais confusa, até porque é uma divisão que em um livro pode se divide de uma forma e em outro pode se dividir de outra forma.

Mas aqui eu vou tentar fazer essa divisão mais didática possível. Porém, tenha em mente que essa divisão pode variar de acordo com a referência que o seu professor utiliza, beleza?

Bom, pra fazer essa divisão funcional, a gente tem que lembrar das funções básicas do sistema nervoso, que é detectar e receber informações do meio externo e interno, integrar e processar essas informações, e gerar informações ou comandos pra órgãos efetores que podem gerar repostas adequadas às informações recebidas.

Então considerando essas funções básicas, a gente vai ter duas divisões funcionais do sistema nervoso.

A primeira divisão é responsável por detectar e receber informações do meio externo e do meio interno, e a gente chama essa divisão funcional de sistema sensorial, o qual é responsável por “sentir” o que acontece tanto no meio interno, dentro do organismo, como no meio externo, fora do organismo.

Já a segunda divisão é responsável por gerar informações ou comandos pros órgãos efetores que podem gerar repostas adequadas, e a gente chama essa divisão de sistema motor, o qual é responsável por “mover” o organismo, botar o organismo pra funcionar, pra fazer alguma coisa pra gerar uma resposta adequada.

O sistema sensorial, por sua vez, ainda pode ser dividido em: sistema sensorial somático responsável por receber e processar informações vindas de praticamente todas as regiões do corpo, por isso “somático” pois lembre-se do significado do termo “soma” que vem do grego e significa corpo; e sistema sensorial especial, responsável por receber e processar informações vindas de órgãos especiais, cuja principal função é detectar e receber informações vindas principalmente do meio externo, como informações visuais, olfatórias, gustatórias, auditivas, e informações sobre a posição da sua cabeça que é importante para manter o equilíbrio do corpo.

Uma observação importante sobre o sistema sensorial somático é que nessa parte do sistema sensorial pode se incluir estruturas que recebem e processam informações vindas da pele, dos músculos esqueléticos e até mesmo de outros órgãos como coração, vasos sanguíneos, entre muitos outros.

No entanto, também é possível separar as estruturas responsáveis pelas sensações desses outros órgãos em uma outra divisão do sistema sensorial, uma divisão que a gente pode chamar de sistema sensorial visceral, responsável pelas sensações das vísceras: coração, vasos, glândulas, estômago, intestino, etc.

De forma parecida, o sistema motor pode ser dividido em: sistema motor somático, responsável por comandar os músculos esqueléticos e promover o movimento do corpo, por isso somático; “soma” = corpo; e sistema motor visceral, responsável por comandar as vísceras.

Como não temos consciência dos comandos dessa parte do sistema motor, ou seja, não podemos simplesmente por vontade própria aumentar ou diminuir a frequência dos batimentos cardíacos por exemplo, o sistema motor visceral, é mais conhecido como sistema nervoso autônomo (SNA), pois ele funciona de forma autônoma, ou seja, sozinho, sem o nosso controle consciente.

Embora o sistema sensorial e motor seja mais utilizado pra dividir o sistema nervoso periférico, onde a gente pode utilizar muito os termos aferente pra estruturas do sistema sensorial que levam as informações pro sistema nervoso central, e eferente pra estruturas do sistema motor que trazem informações do sistema nervoso central, precisamos lembrar que funcionalmente, a gente também tem estruturas do sistema nervoso central com funções sensoriais e motoras. Por isso, a divisão funcional do sistema nervoso, vai além de simplesmente dividir o sistema nervoso periférico pois, nessa divisão também pode se incluir estruturas do sistema nervoso central, como por exemplo estruturas da medula espinal, tronco encefálico, e do cérebro.

Bom então essas são as principais divisões do sistema nervoso: divisão anatômica, embriológica e funcional. Mas lembre-se que podem existir outras divisões como por exemplo a divisão segmentar, em que o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso segmentar e suprassegmentar.

O sistema nervoso segmentar é toda parte do sistema nervoso que pode ser segmentada, ou seja, que pode ser separada em segmentos ou porções paralelas, como é o caso da medula espinal e tronco encefálico e seus respectivos pares de nervos espinais e cranianos. Nesse caso, cada semento corresponde a um par de nervos junto com as partes da medula espinal e do tronco encefálico que estão diretamente relacionadas a esses pares de nervos. Aqui nessa imagem a gente tem a representação segmentada da medula espinal como exemplo.

Por isso, podemos dizer que os pares de nervos mais a medula espinal e tronco encefálico, fazem parte do que chamamos de sistema nervoso segmentar, e todas as estruturas acima do tronco encefálico são classificados como sistema nervoso suprassegmentar.

Essa é uma classificação bem menos comum na fisiologia, mas pode ser que em algum momento você se depare com esses termos segmentar e suprassegmentar, então vale a pena pelos menos conhecer essa divisão do sistema nervoso.

Finalizando, perceba que todas as divisões acabam se relacionando de alguma forma com a divisão anatômica e é por isso que ela é a divisão mais utilizada no estudo do sistema nervoso. Porém, pra estudar o funcionamento, ou melhor, a fisiologia do sistema nervoso, a gente usa, adivinha, a divisão funcional.

Então nos próximos vídeos dessa playlist que eu vou deixar na descrição desse vídeo (ou aqui), a gente fala primeiro sobre o sistema sensorial e depois sobre o sistema motor, beleza?

Bom então resumindo tudo que a gente viu nesse vídeo, lembre-se que:

• Na divisão anatômica, o sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e periférico.

• Na divisão embriológica, o sistema nervoso é dividido inicialmente em prosencélafo, mesencéfalo e rombencéfalo.

• Na divisão funcional, o sistema nervoso é dividido em sistema sensorial e motor.

• E na divisão segmentar, o sistema nervoso é dividido em segmentar e suprassegmentar.

E aí, gostou do vídeo? Se gostou não esquece de curtir e compartilhar com aquele seu amigo que também tá precisando estudar esse conteúdo.

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Bom, a gente vai ficando por aqui. Qualquer dúvida pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo. Abraço!

Sobre a autora

Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. Atualmente, é professora de fisiologia humana na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a mente criativa por trás do MK Fisiologia.

Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando fisiologia. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana.