
COMO O CLEARANCE RENAL DO PAH PODE SER USADO PARA MEDIR O FLUXO PLASMÁTICO RENAL?
Este post é a transcrição da videoaula publicada em nosso canal do YouTube "COMO O CLEARANCE RENAL DO PAH PODE SER USADO PARA MEDIR O FLUXO PLASMÁTICO RENAL?".
TRANSCRIÇÕESSISTEMA RENAL
Mirian Kurauti
9/30/20248 min read
E aí pessoal, tudo bem com vocês?
Nesse vídeo a gente vai explicar como a depuração ou o clearance renal de uma substância, como o para-amino-hipurato (PAH) pode ser utilizado pra medir o fluxo plasmático renal ou FPR.
Bom, pra você que tá chegando agora, eu sou Mirian Kurauti, professora, mestre, doutora, e criadora do canal MK Fisiologia, um canal que tem como principal objetivo descomplicar a fisiologia humana. Porque como eu sempre digo, fisiologia não precisa ser difícil. Então se você tá precisando entender de verdade a fisiologia, já se inscreve no canal e ative as notificações pra você não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.
Mas agora, bora tentar entender como o clearance renal de uma substância pode ser usada pra medir o fluxo plasmático renal ou FPR?
No vídeo anterior, a gente explicou como o clearance renal de substâncias que são livremente filtradas, mas que não são nem reabsorvidas e nem secretadas pode ser utilizado pra medir a TFG, como é o caso do clearance renal da inulina.
Mas da mesma forma que o clearance renal de algumas substâncias com essas características pode ser usado pra medir a TFG, o clearance de renal de outras substâncias, com outras características, pode ser usado pra medir o fluxo plasmático renal (FPR).
E a pergunta que fica é:
-Quais são as características que essas outras substâncias precisam ter pra que o seu clearance renal possa ser usado pra medir o fluxo plasmático renal?
Basicamente, essas substâncias precisam ser totalmente removidas do plasma durante a sua passagem pelos rins, ou seja, todo o plasma que passa pelos rins precisa sair totalmente livre dessas substâncias.
E a remoção total dessas substâncias acontece claro pela sua filtração nos glomérulos e pela sua total secreção nos túbulos dos néfrons. Ou seja, tudo que não foi filtrado precisa ser secretado pra que essa substância seja totalmente removida do plasma durante sua passagem pelos rins.
Uma substância que tem essas características e pode ser totalmente removida do plasma que passa pelos rins é o para-amino-hiputaro ou PAH. O para-amino-hipurato é uma pequena molécula hidrofílica que é filtrada livremente nos glomérulos, não é reabsorvida e quando em baixa concentração no plasma, pode ser totalmente secretada nos túbulos dos néfrons.
Como o para-amino-hipurato não é produzido no nosso organismo, assim como a inulina que a gente falou no vídeo anterior, ele deve ser administrado da veia, ou seja, é preciso fazer uma administração intravenosa dessa substância pra que ela atinja uma concentração plasmática estável ao longo do tempo.
Então vamos supor que a infusão intravenosa de para-amino-hipurato, deixou o plasma com uma concentração estável de 4 moléculas dessa substância em cada 125 ml de plasma. A cada minuto, 125 ml de plasma é filtrado nos glomérulos, ou seja, a TFG é igual a 125 ml por minuto.
Como o para-amino hipurato é filtrado livremente nos glomérulos, junto com esses 125 ml de plasma, também são filtradas as 4 moléculas dessa substância contidas nesse volume. Mas reparem que ainda sobra 16 moléculas de para-amino-hipurato no plasma que não foi filtrado.
Ao passar pelos túbulos dos néfrons, praticamente todo o volume de plasma que tinha sido filtrado é reabsorvido e volta pra circulação, mas as 4 moléculas de para-amino-hipurato filtradas, não são reabsorvidas, não existe mecanismo de reabsorção pra essa substância, mas existem mecanismos de secreção pra essa substância, e esses mecanismos conseguem secretar as 16 moléculas de para-amino-hipurato que tinham sobrado no plasma que não foi filtrado nos glomérulos, deixando assim mais 500 ml de plasma totalmente livres de para-animo-hipurato.
Portanto, é como se todo o plasma que passou pelos rins dentro de um minuto, cento e vinte e cinco mais 125 + 500, ou seja, 625 ml de plasma, saíssem totalmente livres de para-amino-hipurato.
Portanto, o clearance renal do para-amino-hipurato é igual a 625 ml por minuto. E se você parar pra pensar, os 625 ml de plasma que ficam livres do para-amino-hipurato dentro de 1 minuto, é todo o plasma que passa pelos rins dentro de 1 minuto, ou seja, o clearance renal do para-amino-hipurato corresponde ao fluxo plasmático renal, que em condições fisiológicas normais, fica em torno de 625 ml por min.
Vale a pena destacar que na prática, o clearance renal de para-amino-hipurato subestima uma pouco o fluxo plasmático renal, por isso a gente fala na verdade que o clearance renal dessa substância nos dá o fluxo plasmático renal efetivo para indicar que seu valor é um pouquinho menor do que o fluxo plasmático renal verdadeiro.
Outra coisa importante que vale a pena ser destacado, é que esse método dá um pouco de trabalho, porque tem que infundir via intravenosa o para-amino-hipurato, e por isso esse método não é utilizado com frequência na clínica.
Bom, então resumindo rapidinho o que a gente viu nesse vídeo, lembre-se que:
O clearance renal de uma substância que é totalmente removida de todo o plasma que passa pelos rins, pode ser usado pra medir ou estimar o fluxo plasmático renal.
Uma substância que é livremente filtrada nos glomérulos, e que quando em baixa concentração plasmática, pode ser totalmente secretada nos túbulos dos néfrons, sendo assim completamente removida do plasma, é o para-amino-hipurato, e por isso o seu clearance renal pode ser usado pra estimar o fluxo plasmático renal.
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Bom, a gente vai ficando por aqui, qualquer dúvida, pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo, abraço!


Sobre a autora
Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia humana, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. A sua última experiência como professora de fisiologia humana foi na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Fundadora da MK Educação Digital Ltda (MK Fisiologia), atualmente, Mirian é a mente criativa por trás de todos os conteúdos publicados nas redes sociais da empresa.
Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia humana, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana, principalmente através de suas videoaulas publicadas no canal do YouTube MK Fisiologia.



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