
[#4] FILTRAÇÃO GLOMERULAR: Regulação da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) PARTE 1
Este post é a transcrição da videoaula publicada em nosso canal do YouTube "[#4] FILTRAÇÃO GLOMERULAR: Regulação da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) PARTE 1".
TRANSCRIÇÕESSISTEMA RENAL
Mirian Kurauti
9/18/20247 min read
Tá precisando entender a regulação da taxa de filtração glomerular ou TFG? Então fica aqui nesse vídeo, que aqui gente vai começar a explicar como a taxa de filtração glomerular pode ser regulada.
E aí pessoal, tudo bem com vocês?
Eu sou Mirian Kurauti, professora, mestre, doutora, e criadora do canal MK Fisiologia, um canal que tem como principal objetivo descomplicar a fisiologia humana. Porque como eu sempre digo, fisiologia não precisa ser difícil. Então se você tá precisando entender de verdade a fisiologia, já se inscreve no canal e ative as notificações pra você não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.
Mas agora sem mais delongas, bora tentar entender como a TFG é regulada.
No vídeo anterior, que você pode conferir clicando aqui no card (ou aqui), a gente falou um pouco sobre como algumas alterações dos determinantes da TFG, podem alterar essa taxa de filtração glomerular.
Como vimos, todos esses determinantes podem ser alterados em condições patológicas, ou seja, quando tem algum problema no organismo. Mas, mesmo quando a gente não tá doente, lembre-se que a TFG precisa ser alterada, ou melhor, regulada, de acordo com as necessidades do organismo.
E pra fazer essa regulação, a gente vai ter um determinante da TFG que pode ser regulado em condições fisiológicas normais: a pressão hidrostática do capilar glomerular.
Se a gente aumentar essa pressão, a TFG aumenta, e se a gente diminuir essa pressão, a TFG diminui.
-Mas como faz pra aumentar e diminuir a pressão hidrostática do capilar glomerular?
Bom, pra responder essa pergunta, lembre-se que a pressão hidrostática do capilar glomerular, é basicamente a pressão sanguínea do capilar glomerular, ou seja, é a pressão que o sangue exerce sobre a parede desses capilares. Quanto maior for a quantidade de sangue nesses capilares, maior será a pressão sanguínea, maior será a pressão hidrostática do capilar glomerular e, portanto, maior será a TFG.
Assim, podemos concluir que a pressão hidrostática do capilar glomerular, pode ser regulada se a gente regular a quantidade de sangue nesses capilares glomerulares. Quanto mais sangue, maior será a pressão hidrostática desses capilares e maior será a TFG. E quanto menos sangue, menor será a pressão hidrostática desses capilares e menor será a TFG.
-Tá professora, mas o que é que vai regular a quantidade de sangue nesses capilares glomerulares?
Preste atenção, principalmente duas coisas:
a resistência das arteríolas aferentes e
a resistência das arteríolas eferentes.
Então vamos tentar entender primeiro como a resistência das arteríolas aferentes pode regular a quantidade de sangue nos capilares glomerulares.
Bom, como toda arteríola, as arteríolas aferentes são envoltas por uma camada de músculo liso. Quando esse músculo liso contrai, o raio dessas arteríolas diminui, aumentando a resistência.
Lembre-se da Lei de Poiseuille, quanto menor o raio de um tubo, no caso, quanto menor o raio da arteríola aferente, maior será a resistência dessa arteríola, ou seja, o fluxo sanguíneo renal diminui nas arteríolas aferentes e menos sangue vai conseguir passar por essa arteríola, menos sangue vai chegar no capilar glomerular, diminuindo assim a pressão hidrostática desse capilar, diminuindo assim a TFG.
E quando esse músculo liso relaxa, o raio dessa arteríola aumenta, diminuindo a resistência, ou seja, o fluxo sanguíneo renal aumenta nas arteríolas aferentes e mais sangue vai conseguir passar por essa arteríola, mais sangue vai chegar no capilar glomerular, aumentando assim a pressão hidrostática desse capilar, aumentando assim a TFG.
Fazendo uma analogia, os capilares glomerulares são como uma mangueira furada. Se a gente apertar a mangueira antes do furo, ou seja, antes do capilar glomerular, a gente diminui o raio, aumenta a resistência, o fluxo de água vai diminuir e a quantidade de água que vai chegar no local do furo vai ser menor, ou seja, a gente diminui a pressão hidrostática, a gente diminui o vazamento de água, ou seja, a gente diminui a taxa de filtração glomerular.
E se a gente soltar a mangueira, o raio aumenta e a resistência diminui, o fluxo de água aumenta e a quantidade de água que vai chegar no local do furo vai ser maior, ou seja, a gente aumenta a pressão hidrostática, a gente aumenta o vazamento de água, a gente aumenta a taxa de filtração glomerular.
Mas agora, preste atenção. Se a gente apertar a mangueira depois do furo, o que você acha que vai acontecer com o vazamento de água?
Bom, se a gente apertar depois do furo, o raio da mangueira vai diminuir, a resistência vai aumentar e o fluxo de água vai diminui, mas tudo isso depois do furo, e a água vai ter dificuldade de fluir pela mangueira onde a resistência aumentou, ou seja, depois do furo.
E adivinha o que vai acontecer? Como a quantidade de água que tá chegando ali no local do furo é a mesma, mas a quantidade de água que tá indo embora desse local diminui, porque a resistência aumentou, mais água acaba pressionando a parede da mangueira no local do furo, aumentando a pressão hidrostática e o vazamento de água.
Mas se a gente soltar a mangueira, o raio aumenta e a resistência diminui, aumentando o fluxo de água depois do furo, ou seja, mais água vai conseguir passar rapidamente pelo furo e não vai ficar “presa” nesse local, diminuindo a pressão hidrostática, diminuindo o vazamento de água.
É exatamente isso que acontece se a gente alterar o raio e, consequentemente, a resistência das arteríolas eferentes, ou seja, se o músculo liso dessas arteríolas contrair, o raio diminui e a resistência aumenta, e o fluxo sanguíneo diminui nas arteríolas eferentes, fica mais difícil do sangue sair dos capilares glomerulares. Com mais sangue nesses capilares a pressão hidrostática aumenta, aumentando assim a TFG.
Mas se o músculo liso das arteríolas eferentes relaxar, o raio aumenta e a resistência diminui, e o fluxo sanguíneo aumenta nas arteríolas eferentes, fica mais fácil do sangue sair dos capilares glomerulares. Com menos sangue nesses capilares, a pressão hidrostática diminui, diminuindo assim a TFG.
Então, não se esqueça que a constrição e a dilatação da arteríola eferente, tem um efeito oposto sobre a TFG, quando a gente compara com a constrição e dilatação da arteríola aferente.
Mas uma coisa muito importante, é saber que a constrição e a dilatação dessas arteríolas podem ser reguladas por mecanismos intrínsecos, que dependem apenas de coisas dos próprios rins, e mecanismos extrínsecos, que dependem de coisas que vem de fora dos rins.
-Tá professora, mas quais são esses mecanismos intrínsecos e extrínsecos que regulam a constrição e a dilatação das arteríolas aferentes e eferentes?
No próximo vídeo a gente responde essa pergunta, não perca!
Bom, então resumindo rapidinho o que a gente viu nesse vídeo, lembre-se que:
Em condições fisiológicas normais, a taxa de filtração glomerular ou TFG pode ser regulada através da regulação da pressão hidrostática do capilar glomerular, a qual é regulada através da regulação da resistência das arteríolas aferentes e eferentes.
Contrição das arteríolas aferentes, aumenta a resistência e diminui o fluxo sanguíneo nessas arteríolas, diminuindo a pressão hidrostática do capilar glomerular, diminuindo assim a TFG.
Constrição das arteríolas eferentes, aumenta a resistência e diminui o fluxo sanguíneo nessas arteríolas, aumentando a pressão hidrostática do capilar glomerular, aumentando assim a TFG.
E aí gostou do vídeo? Se gostou, comenta aí embaixo e compartilha com aquele seu amigo que também tá precisando estudar esse conteúdo.
E se você gostou muito, mas muito mesmo, e quiser contribuir ainda mais com o canal, considere se tornar membro do canal, isso vai ajudar muito a gente a continuar produzindo cada vez mais vídeos por aqui, e você ainda pode ter benefícios exclusivos pra você arrasar na fisiologia. Clique no botão seja membro e confira os benefícios.
Bom, a gente vai ficando por aqui, qualquer dúvida, pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo, abraço!


Sobre a autora
Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia humana, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. A sua última experiência como professora de fisiologia humana foi na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Fundadora da MK Educação Digital Ltda (MK Fisiologia), atualmente, Mirian é a mente criativa por trás de todos os conteúdos publicados nas redes sociais da empresa.
Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia humana, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana, principalmente através de suas videoaulas publicadas no canal do YouTube MK Fisiologia.



Siga-nos nas redes
© 2024 MK Fisiologia. Todos os direitos reservados.