[#2] OVÁRIOS: CICLO MENSTRUAL (CICLO OVARIANO)

Este post é a transcrição da videoaula publicada em nosso canal do YouTube "[#2] OVÁRIOS: CICLO MENSTRUAL (CICLO OVARIANO)".

TRANSCRIÇÕESSISTEMA ENDÓCRINO

Mirian Kurauti

1/22/202513 min read

E aí pessoal, tudo bem com vocês?

Nesse vídeo, a gente vai começar a falar sobre a regulação hormonal do ciclo menstrual.

Bom, pra você que tá chegando agora e inda não me conhece eu sou Mirian Kurauti, professora, mestre, doutora e criadora do canal MK Fisiologia, um canal que tem como principal objetivo descomplicar a fisiologia humana. Então se você tá precisando entender de verdade a fisiologia, já se inscreve no canal e ative as notificações pra você não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.

Agora bora falar sobre a regulação hormonal do ciclo menstrual?

No vídeo anterior, a gente viu que os ovários têm basicamente três funções:

  1. ovogêse, que é a geração do óvulo, o gameta feminino;

  2. foliculogênese, que é o desenvolvimento dos folículos, um processo que acompanha a ovogênese;

  3. e produção hormonal, principalmente de estrogênio e progesterona, uma função que depende da foliculogênese.

Como a gente já falou sobre a ovogênese e a foliculogênese no vídeo anterior, nesse vídeo a gente vai focar na terceira função ovariana, produção hormonal, principalmente do estrogênio e da progesterona, mas também de um outro hormônio ovariano importante, a inibina.

Como vimos, a produção desses hormônios, depende principalmente da fase rápida da foliculogênese, ou seja, da fase rápida do desenvolvimento folicular que só começa a partir da puberdade, estimulada pelos hormônios da adeno-hipófise, FSH e LH.

Como a secreção desses hormônios da adeno-hipófise apresenta um padrão cíclico na mulher em idade reprodutiva, a fase rápida da foliculogênese e a síntese e secreção dos hormônios ovarianos pelos folículos em desenvolvimento, também apresentam um padrão cíclico. E como esse padrão cíclico se repete a cada mais ou menos 28 dias, ou melhor, a cada mais ou menos um mês, a gente chama esse padrão cíclico de ciclo menstrual.

Uma informação importante que vale a pena destacar, é que essa síntese e secreção dos hormônios ovarianos, estrogênio, progesterona e inibina, que acontece durante o ciclo menstrual, podem provocar alterações cíclicas em outros órgãos, como por exemplo alterações na camada mais interna do útero, o endométrio.

Portanto, o ciclo menstrual pode ser definido como um conjunto alterações cíclicas reguladas pela secreção de hormônios, que acontecem em um intervalo de aproximadamente 28 dias na maioria das mulheres, mas que também pode acontecer em intervalos mais curtos, de pelo menos 21 dias ou mais longos, de até 35 dias.

Pra facilitar o estudo do ciclo menstrual, a gente pode dividir esse ciclo em:

  1. ciclo ovariano que nada mais é do que ciclo de alterações que acontecem nos ovários, que nada mais é do que o ciclo de desenvolvimento dos folículos até o corpo lúteo;

  2. e ciclo uterino que nada mais é do que o ciclo de alterações que acontecem na camada mais interna do útero, o endométrio.

Como as alterações cíclicas que acontecem nos ovários determinam as alterações cíclicas que acontecem no útero, primeiro a gente fala sobre o ciclo ovariano pra depois falar sobre o ciclo uterino.

Bom, então pra começar a falar sobre o ciclo ovariano, a gente precisa lembrar que esse ciclo depende da secreção dos hormônios da adeno-hipófise, as gonadotrofinas FSH e LH, cuja secreção depende da secreção de um hormônio liberador que vem lá do hipotálamo, ou seja, depende da secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas ou GnRH.

Durante a infância, os neurônios do hipotálamo que secretam GnRH recebem muitos sinais inibitórios e a secreção desse hormônio é baixa. Mas durante a puberdade, esses neurônios começam a receber sinais excitatórios e a secreção de GnRH aumenta e começa a acontecer de forma pulsátil, isto é, de tempo em tempo esses neurônios do hipotálamo secretam uma determinada quantidade de GnRH que, através do sistema porta hipotalâmico-hipofisário, alcança os gonadotrofos da adeno-hipófise. Nessas células o GnRH que é um hormônio proteico e hidrossolúvel, ativa um receptor de membrana específico, e essa ativação estimula a síntese e a secreção das gonadotrofinas FSH e LH, que também começar a acontecer de forma pulsátil, de acordo com os pulsos de GnRH.

Quando o tempo entre os pulsos de GnRH é maior, em torno de 120 minutos ou 2 horas, ou seja, a cada 2 horas eu tenho a secreção de GnRH, a frequência desses pulsos de GnRH é mais lenta e acaba estimulando mais a secreção de FSH. E quando o tempo entre os pulsos de GnRH é menor, em torno de 60 a 90 minutos, ou seja, a cada 1 hora a 1 hora e meia, a frequência desses pulsos de GnRH é mais rápida e acaba estimulando mais a secreção de LH.

Sabendo dessa informação, lembre-se que no início do ciclo menstrual, a frequência dos pulsos de GnRH é mais lenta e estimula mais a secreção de FSH do que a secreção de LH pelos gonadotrofos da adeno-hipófise.

FSH e LH são hormônios proteicos e hidrossolúveis, e uma vez liberados entram na corrente sanguínea e, podem chegar até os ovários, até os folículos terciários ou antrais que tão prontos pra começar a fase rápida da foliculogênese. Nesses folículos, as células que apresentam receptores de membrana, específicos pro FSH, são as células da granulosa, e quando o FSH ativa esse seu receptor, ele estimula a proliferação dessas células promovendo o crescimento e desenvolvimento dos folículos antrais, marcando assim o início da primeira fase do ciclo ovariano, a fase folicular.

Ainda nas células da granulosa, o FSH estimula a síntese de receptores de membrana específicos pro LH, preparando essa célula pra mais tarde também responder ao LH. Além disso, nessas mesmas células o FSH estimula a síntese e secreção de hormônios esteroides e lipossolúveis, os estrogênios, estradiol e estrona, isso porque o FSH estimula a síntese da enzima aromatase que converte os androgênios sintetizados nas células da teca em estrogênios.

Dentre esses estrogênios, o mais potente com maior afinidade pelo receptor de estrogênios é o estradiol que muitas vezes é chamado apenas de estrogênio, isso porque ele é o estrogênio com maior atividade biológica do organismo humano, por isso aqui quando a gente falar estrogênio a gente tá se referindo principalmente ao estradiol, beleza?

Agora, diferente das células da granulosa, as células da teca, apresentam receptores de membrana específicos para o LH que quanto ativados estimulam a síntese de receptores de membrana específicos para o LDL, uma lipoproteína de baixa densidade, rica em colesterol. Portanto, o LH estimula a captação de colesterol através da captação de LDL nas células da teca.

Além disso, o LH também estimula a síntese de enzimas esteroidogênicas específicas pra sintetizar progesterona e androgênios, principalmente a androstenediona, que pode se difundir pras células da granulosa pra ser convertida em estrogênios, graças a enzima aromatase estimulada pelo FSH.

Esses estrogênios, principalmente o estradiol, pode agir através de receptores intracelulares específicos presentes nas próprias células da granulosa, estimulando a síntese de mais receptores de FSH, deixando os folículos mais sensíveis a esse hormônio, contribuindo assim pra potencializar os efeitos do FSH nessas células.

Porém, ao mesmo tempo, esse estrogênio juntamente com um hormônio proteico e hidrossolúvel, também sintetizado e secretado pelas células da granulosa quando estimuladas pelo FSH, a inibina, exercem feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, inibindo de forma específica a secreção de FSH pelos gonadotrofos da adeno-hipófise.

Então, mais ou menos na metade da fase folicular do ciclo ovariano, os níveis de FSH diminuem, e muitos dos folículos que entraram na fase de desenvolvimento rápido dependente de FSH, regridem e se degeneram em um processo que a gente chama de atresia, isso porque eles não conseguem sobrevier com pouco FSH.

Porém, um desses folículos, o maior, com maior produção de estrogênio e, portanto, com maior número de receptores de FSH, consegue sobreviver mesmo com pouco FSH, porque ele tá bastante sensível a esse hormônio. E esse folículo, a gente chama de folículo dominante.

Agora, já perto do final da fase folicular, o folículo dominante termina o seu crescimento e desenvolvimento e pode atingir um tamanho de 18 a 33 milímetros de diâmetro, passando a ser chamado de folículo maduro ou folículo de Graaf. Esse folículo por ter muitas células da granulosa e células da teca, consegue sintetizar grandes quantidades de estrogênios, inibina, e um pouco de progesterona.

Essa grande quantidade de estrogênios junto com essa baixa quantidade de progesterona, mantidos por cerca de 48 horas perto do final da fase folicular, passa a exercer um feedback positivo no eixo hipotálamo-hipófise. Esse feedback positivo, aumenta a frequência dos pulsos de GnRH, favorecendo agora mais a secreção de LH do que de FSH pelos gonadotrofos da adeno-hipófise, o que pode explicar o grande aumento dos níveis de LH, e o pequeno aumento dos níveis de FSH, quase no final da fase folicular.

Além disso, a gente precisa lembrar que a inibina secretada pelas células da granulosa, exerce feedback negativo apenas sobre a secreção de FSH, o que ajuda a explicar o pequeno aumento dos níveis desse hormônio, quando a gente compara com o grande aumento do LH.

Esse grande aumento de LH que acontece quase no final da fase folicular, é conhecido como o surto de LH ou o pico de LH, e é esse pico hormonal que causa uma série de eventos necessários pra que aconteça a liberação do óvulo, ou melhor, pra que aconteça a ovulação.

Lembra que no início da fase folicular do ciclo ovariano o FSH estimulou a síntese de receptores de LH nas células da granulosas? Pois é, agora, por ativar os seus receptores nessas células, o LH estimula indiretamente o ovócito primário, que tá envolto por células da granulosa, a finalizar a meiose I dando origem ao ovócito secundário que inicia a meiose II.

Além disso, o LH estimula a liberação de várias enzimas que contribuem pra romper o folículo, e liberar o ovócito secundário rodeado por células da granulosa que formam a corona radiata, o qual pode ser captado pelos movimentos das fímbrias e assim seguir pra tuba uterina onde poderá ser fecundado por um espermatozoide.

Todo esse evento que a gente chama de ovulação, acontece cerca de 12 horas após o pico de LH, e marca o fim da fase folicular e o início da próxima fase do ciclo ovariano, a fase lútea.

Essa fase do ciclo ovariano começa então com o LH estimulando o rompimento do folículo maduro, permitindo assim que a angiogênese, ou melhor, que a formação de vasos sanguíneos aconteça agora no interior do folículo, entre as células da granulosa.

Nesse momento, tanto as células da granulosa quanto as células da teca, estimuladas pelo LH, passam por uma transformação que a gente chama de luteinização, que dá origem ao corpo lúteo. E é por isso que o LH, chama LH, hormônio luteinizante.

E uma das coisas que o LH faz pra ajudar na luteinização, além de aumentar a formação de vasos sanguíneos no interior do folículo em transformação, é aumentar a síntese de receptores de LDL, promovendo o aumento captação de LDL e consequentemente de colesterol, fornecendo assim muito colesterol pra esteroidogênese que agora pode acontecer tanto nas células da teca como nas células da granulosa devido ao aumento da síntese das enzimas esteroidogênicas que convertem o colesterol até progesterona, nas células da granulosa graças a ação do LH.

Com muita progesterona sendo sintetizada nessas células do corpo lúteo, os níveis desse hormônio começam a aumentar.

Além disso, lembre-se que as células da teca continuam convertendo um pouco de progesterona em androgênios que, nas células da granulosa, podem ser convertidos em estrogênio, e os níveis de estrogênio volta a aumentar durante a primeira metade da fase lútea, mas não chega num nível tão alto quanto o seu nível máximo observado na fase folicular.

Ah, e lembre-se também que além da progesterona e do estrogênio, a síntese e secreção de inibina pelas células da granulosa agora do corpo lúteo, também aumenta.

Então, nesse momento, com esse nível de estrogênio alto mais não tão alto, mas principalmente com esse nível de progesterona no máximo, estrogênio e progesterona exercem feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise. Isso diminui a frequência dos pulsos de GnRH, o que favoreceria a secreção de mias FSH do que de LH, porém lembre-se da inibina, que sempre exerce feedback negativo sobre a secreção de FSH. Por isso, tanto os níveis de LH, quanto os níveis de FSH diminuem ao longo da fase lútea do ciclo ovariano.

E com a diminuição, principalmente do LH, se o óvulo não for fecundado por um espermatozoide dando início a uma gestação, “o corpo lúteo que lute”, pois com pouco LH ele não consegue sobreviver e começa a regredir, ele entra em atresia, e como era ele que estava produzindo grandes quantidades de progesterona, estrogênio e inibina, os níveis desses hormônios começam a diminuir cerca de oito dias após a ovulação quando o corpo lúteo começa a regredir.

Nesse momento, o feedback negativo exercido pelos hormônios ovarianos diminui, e como a secreção pulsátil do GnRH ainda tá com uma baixa frequência, o GnRH acaba estimulando mais a secreção de FSH do que de LH, marcando o início de um novo ciclo ovariano.

-Mas professora, e se o óvulo for fecundado por um espermatozoide, o corpo lúteo entra em atresia mesmo assim?

Nesse caso, “o corpo lúteo não precisa lutar”, porque quando o embrião se implanta mais ou menos no dia em que o corpo lúteo começaria a regredir, começa a formações da placenta e esse “início de placenta” começa a sintetizar e secreção de um hormônio muito parecido com o LH, e que por isso consegue ativar o receptor de LH presente nas células da granulosa e da teca lá do corpo lúteo. Esse hormônio a gente chama de gonadotrofina coriônica humana ou hCG, o hormônio que é detectado naqueles testes de gravidez que a gente pode comprar nas farmácias.

O hCG é o herói do corpo lúteo, ele resgata o corpo lúteo da atresia, e mantém ele produzindo bastante progesterona e estrogênios durante o primeiro trimestre da gravidez. Mas despois desse período, o corpo lúteo nem é mais necessário, pois a placenta passa a produzir a maior parte desses hormônios até o final da gravidez.

Mais detalhes sobre a regulação hormonal da gravidez, a gente deixa pra falar num outro vídeo.

Bom, mas então resumindo todo o ciclo ovariano do ciclo menstrual, lembre-se que:

  • O ciclo ovariano pode ser dividido em duas fases: a fase folicular e a fase lútea.

  • A fase folicular começa com o FSH estimulando o crescimento e desenvolvimento dos folículos antrais, os quais estimulados pelo FSH sintetizam e secretam principalmente estrogênio e inibina. Esses hormônios exercem então feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise inibindo principalmente a secreção de FSH.

  • A diminuição dos níveis de FSH, seleciona o folículo dominante, que continua o seu crescimento e desenvolvimento até se tornar o folículo maduro, o qual sintetiza e secreta grandes quantidades de estrogênio e um pouco de progesterona, que agora exercem feedback positivo no eixo hipotálamo-hipófise, provocando o pico de LH, que induz uma série de eventos no folículo maduro que induz a ovulação mais ou menos na metade do ciclo, marcando o fim da fase folicular e o início da fase lútea.

  • Nesse momento, o LH inicia a lutinização do que sobrou do folículo rompido formando o corpo lúteo, que agora passa a sintetizar e secretar grandes quantidades de progesterona, estrogênio e inibina, os quais passam a exercer feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, inibindo a secreção de LH e FSH.

  • Se não houver fecundação do óvulo, a diminuição dos níveis de LH leva a regressão do corpo lúteo, o que causa a queda dos níveis de progesterona, estrogênio e inibina que estavam sendo produzido pelo corpo lúteo.

  • A queda desses hormônios encerra o feedback negativo no eixo hipotálamo-hipófise, permitindo a retomada da secreção de FSH e LH, dando início a um novo ciclo.

Bom, até aqui a gente falou apenas sobre o ciclo ovariano que acontece durante o ciclo menstrual. Mas lembre-se que ainda tem o ciclo uterino que a gente vai falar no próximo vídeo, não perca!

E aí, gostou do vídeo? Se gostou não esquece de curtir e compartilhar com aquele seu amigo que também tá precisando estudar esse conteúdo. E se você já me acompanha por aqui já sabe que você pode se tornar membro do canal e ter benefícios exclusivos, mas talvez o que você ainda não sabe é que agora você pode adquirir o nosso e-book com questões comentadas sobre a fisiologia do sistema endócrino pra ajudar você a arrasar na prova. O link desse e-book tá aqui na descrição do vídeo.

Bom, a gente vai ficando por aqui. Qualquer dúvida pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo, abraço!

Sobre a autora

Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia humana, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. A sua última experiência como professora de fisiologia humana foi na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Fundadora da MK Educação Digital Ltda (MK Fisiologia), atualmente, Mirian é a mente criativa por trás de todos os conteúdos publicados nas redes sociais da empresa.

Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia humana, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana, principalmente através de suas videoaulas publicadas no canal do YouTube MK Fisiologia.

Foto da autora do post Mirian Ayumi Kurauti criadora do MK Fisiologia
Foto da autora do post Mirian Ayumi Kurauti criadora do MK Fisiologia