OSMOSE: O QUE É PRESSÃO OSMÓTICA?

Este post é a transcrição da videoaula publicada em nosso canal do YouTube "[#3] OSMOSE: O QUE É PRESSÃO OSMÓTICA?".

TRANSCRIÇÕESFISIOLOGIA CELULAR

Mirian Kurauti

8/13/20245 min read

Tá estudando osmose e ainda não entendeu o que é pressão osmótica? Então fica nesse vídeo que a gente vai explicar o que exatamente é pressão osmótica.

E aí pessoal, tudo bem com vocês?

Eu sou Mirian Kurauti, professora, mestre, doutora e criadora do canal MK Fisiologia, um canal que tem como principal objetivo descomplicar a fisiologia humana. Então se você tá precisando entender de verdade a fisiologia, já se inscreve no canal e ative as notificações pra você não perder os próximos vídeos que a gente postar por aqui.

Agora bora tentar entender o que é pressão osmótica?

Bom pra entender o que é pressão osmótica, a gente vai usar um exemplo. Imagine que aqui eu tenho dois compartimentos separados por uma membrana semipermeável. No compartimento 1 eu coloquei água pura, e no compartimento 2 eu coloquei uma solução contendo 1 molar (M) de manitol, um soluto que não consegue atravessar a membrana semipermeável.

Como o manitol não se dissocia quando colocado na água, a molaridade total dessa solução é igual a 1 M, ou seja, a osmolaridade dessa solução é igual a 1 osmolar (osM).

Como no compartimento 1 não tem soluto, a osmolaridade é zero, e a água se move do compartimento 1 pro compartimento 2. É como se os solutos presentes no compartimento 2 exercessem uma força que “puxa” a água do compartimento 1, e essa força é o que a gente chama de pressão osmótica.

E lembre-se que essa pressão osmótica é proporcional a concentração de solutos, ou seja, quanto maior a concentração de solutos impermeáveis, maior será a pressão osmótica, e mais água será “puxada” por esses solutos impermeáveis.

Mas a questão é: "será que dá pra medir a pressão osmótica de uma solução?"

Dá sim.

Perceba que aqui nesse exemplo, o compartimento 2 é expansível, se expande, tem tipo um pistão móvel que é empurrado conforme a água se move do compartimento 1 pro compartimento 2.

Mas da mesma forma que a água pode empurrar o pistão nessa direção, eu posso aplicar uma força ou uma pressão, geralmente medida em milímetros de mercúrio (mmHg), na direção oposta.

A pressão necessária pra que toda a água que saiu do compartimento 1 volte pro compartimento 1, e fique nesse compartimento, adivinha, deve ser igual a pressão osmótica da solução de 1 M de manitol.

Então, se a pressão aplicada foi de X milímetros de mercúrio (mmHg), a pressão osmótica dessa solução de 1 M de manitol é de X mmHg.

"Ah professora, e se no compartimento 2, ao invés de 1 M tivesse 2 M de manitol?"

Bom, nesse caso a pressão necessária pra evitar o movimento de água, ou melhor, pra evitar a osmose seria o dobro da pressão osmótica da solução de 1 M de manitol, ou seja, 2X mmHg, pois se a concentração desse soluto impermeável aumenta, a pressão osmótica da solução aumenta proporcionalmente.

Então, não se esqueça que a pressão osmótica nada mais é do que força ou pressão que deveria ser exercida pra impedir a osmose, ou seja, a pressão que deveria ser exercida pra se opor a força que uma determinada concentração de solutos impermeáveis exerce pra “puxar” a água de um compartimento pro outro.

"Tá professora, mas pra que que eu preciso entender o que é pressão osmótica?"

Existe uma pressão osmótica muito importante no plasma sanguíneo exercidas por grandes moléculas como as proteínas que geralmente não conseguem sair livremente dos vasos sanguíneos sendo, portanto, considerados solutos impermeáveis presentes no plasma.

Sendo solutos impermeáveis as proteínas plasmáticas exercem uma pressão osmótica dentro dos vasos sanguíneos, que a gente chama de pressão oncótica ou pressão coloidosmótica.

Essa pressão osmótica exercida pelas proteínas no plasma sanguíneo evita que água se acumule nos tecidos, pois essa pressão osmótica pode “puxar” o excesso de água nos tecidos, puxando essa água pro interior dos vasos sanguíneos.

E aí, lembra que a pressão osmótica é proporcional a concentração dos solutos impermeáveis. Então imagina o que pode acontecer com a pressão oncótica se a concentração das proteínas plasmáticas diminuísse?

Com menos proteínas no plasma, a pressão oncótica iria diminuir, e se essa pressão diminui, a força que “puxa” o excesso de água nos tecidos, diminui.

Logo, menos água volta pro interior dos vasos sanguíneos e a água pode se acumular nos tecidos, provocando inchaço devido ao acúmulo de líquidos, que a gente chama de edema.

A fisiopatologia do edema, vai ser mais explorado quando você tiver estudando o sistema cardiovascular e linfático, mas se você não entender o que é pressão osmótica, e que a pressão oncótica ou coloidosmótica é uma pressão osmótica exercida pelas proteínas plasmáticas, vai ser muito difícil você entender o edema. Fica a dica!

E aí, gostou do vídeo? Se gostou não esquece de curtir e compartilhar com aquele seu amigo que também tá precisando estudar esse conteúdo. E se você já me acompanha por aqui já sabe que você pode se tornar membro do canal e ter benefícios exclusivos, mas talvez o que você não saiba é que agora a gente tem um site onde você pode adquirir os nossos slides pra você fazer as suas anotações enquanto assiste as videoaulas. Vai lá dar uma olhada nos slides que já estão disponíveis e também nos e-books com questões comentadas pra você arrasar na fisiologia. Vou deixar o link do nosso site aqui na descrição do vídeo.

Bom, a gente vai ficando por aqui. Qualquer dúvida pode deixar aí nos comentários que a gente tenta responder, beleza? A gente se vê num próximo vídeo. Abraço!

Sobre a autora

Mirian Ayumi Kurauti é apaixonada pela fisiologia, com uma trajetória acadêmica admirável. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez mestrado e doutorado em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Fisiologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e ainda atuou como pesquisadora de pós-doutorado na mesma instituição. Além disso, já lecionou fisiologia humana na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e biologia celular na UEL. Atualmente, é professora de fisiologia humana na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a mente criativa por trás do MK Fisiologia.

Apaixonada pela docência, Mirian adora dar aulas de fisiologia, mas de um jeito mais descontraído e se diverte muito ensinando fisiologia. Ela está sempre buscando aprender algo novo não só sobre fisiologia, mas sobre qualquer coisa sobre a vida, o universo e tudo mais. Por isso, é uma consumidora compulsiva de conteúdos de divulgadores científicos. Nas horas vagas, você pode encontrá-la na piscina, treinando e participando de competições de natação. Para Mirian, a vida só tem graça, se ela tiver desafios a serem superados. Hoje, o seu maior desafio é ajudar o maior número de estudantes a entender de verdade a fisiologia humana.

Foto da autora do post Mirian Ayumi Kurauti criadora do MK Fisiologia
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